O Capão da Onça
Uma vez, terminei meu trabalho antes do previsto, ficando com uma manhã livre. Seu Geraldo já tinha me falado algumas vezes sobre o Capão da Onça, 'onde ela fica'. Não era muito longe da Base, dava para ir a pé. Ela mesma vivia fazendo este trajeto, tendo sido vista algumas vezes com dois filhotes sob as palafitas da Base. Era um dos muitos capões por ali, mas 'naquele a onça ia mesmo'. Levava pra lá os bichos que caçava e deixava montinhos de ossos brancos, reluzentes, de jacarés, macacos, queixadas e tal. "Você precisa ver as marcas nas árvores das garras dela, ela afia as unhas ali". Calçamos as botas de borracha, vestimos camisas de manga comprida e embrulhamos a cabeça em outra deixando apenas os olhos de fora, para escapar da fúria dos pernilongos, que com o início das cheias naquele novembro, estavam ouriçados. Depois de 20 minutos de caminhada chegamos ao Capão. Atravessando uma faixa de capim alto que se interpunha entre o campo e a mancha de árvores