Despedida III
Os meninos nos chamaram, eu e a Lara: "Venham ver um bugio tomando banho". Largamos tudo, trenas, pranchetas, e fomos ver a festinha do macaco que fazia exatamente o que gostaríamos de fazer naquele fim de tarde quente. Na beira de um corpo d’água lamacento e quase seco estava o bugio. Nos aproximamos devagar para não espantá-lo. Estava bem esparramado, o bugio, e fechava os olhos como aqueles macacos japoneses se banhando nas águas termais na paisagem branca de gelo. Nos aproximamos um pouco mais. Ele abria os olhos devagar, nos mirando sem expressão, e tornava a fechá-los. Aquele macaco não se divertia. Não tinha expressão de alegre nem triste, mas estava cansado. Aquele bicho não estava bem. Rodeamos ele e vimos os machucados nos braços. Estava morrendo. O Sam saiu de perto e depois disse que não respeitamos o bicho. Mas não queríamos desrespeitá-lo. Sabíamos que estava estressado, por isso não nos aproximamos muito, nem mexemos com ele. Só observamos. E, Deus me perdoe,