As flores do campo
Pantanal em maio, no frio. Uns 17 graus à noite. Frio de dia também, mas com céu claro no fim da tarde. De manhã não, umas nuvens cinzentas, aquelas aves pretas que sempre voam muito alto por lá. "No frio, os bichos andam melhor", ensinou o Seu Geraldo. "É mais fácil de ver eles, onça, até sicuri. O sicuri gosta é de frio, desses brejos. Ele tem uma banha tão quente, que é capaz d'ele sair no sol e derreter". De veras, vimos um tamanduá bandeira, um veado fêmea e, à noite, um mocho orelhudo, que gritava 'u-uuuu" no alto de uma árvore, e outro respondia 'u-uuuu' do telhado. Do tamanho de um peru, esse mocho. As abelhas, que eram as que procurávamos, ficaram entocadas. Não deram as caras. No ramo dos insetos, só no fim da tarde é que apareceram umas moscas, umas borboletas e besouros, mas já fora do horário de atividade das que buscávamos. Depois do dia cinza, úmido, sem abelhas, foi bom ver o céu se abrir, ainda que sem sol, e, procurando flores